20/12/06 - 22h11 - Atualizado em 20/12/06 - 22h18
A Cidade Museu de Cococi
A Cidade Museu de Cococi
No sertão do Ceará, existe um lugar que intriga quem passa por perto. Por que, à primeira vista, parece uma cidade-fantasma. Mas os repórteres Alessandro Torres e Fabiano Moreira visitaram o lugar e conheceram a história surpreendente desse lugarzinho chamado Cococi.
Onde nem a vegetação resiste ao clima seco, uma cidade foi erguida. Hoje as ruínas de Cococi contam a história da ocupação dos Inhamuns no Ceará. No século XVIII este foi o lugar onde se estabeleceu uma rica família vinda da bacia do rio São Francisco. "Os Feitosa, quando vieram para cá, não vieram como aventureiros; nem vinham como os bandeirantes atrás de ouro, de fortuna não. Eles vieram para se estabelecer", conta a presidenta da Fundação Bernardo Feitosa, Maria Dolores Feitosa Dolores é viúva de um dos Feitosa e cuida do museu onde estão reunidas relíquias da fortuna da família. Nos anos 50, Cococi passou de distrito a município, mas, a administração da cidade causou divergências políticas.
Durante a gestão do terceiro prefeito Cococi perdeu o título de município. Revoltada com a decisão do governo a família Feitosa decidiu deixar a cidade que acabou se tornando economicamente inviável. Mas, apesar do aspecto de abandono, o lugar não está esquecido. Três casas ainda têm moradores. Nove pessoas vivem lá sem água e sem energia elétrica. A casa mais imponente, hoje, abriga só os morcegos, mas, uma construção resiste ao tempo. "Fico conformada porque não derrubaram a igreja. E não derruba não", diz Felizmina Feitosa, de 84 anos. Uma vez por ano a igreja é ponto de encontro dos antigos moradores e descendentes que chegam para celebrar a padroeira. E voltam ao passado. "Bem aqui, era um posto fiscal. Eu vinha lá do Canaã e dava aula aqui. Tinha bodega, tinha loja, tudo tinha aqui né", lembra Maria José Lopes da Conceição, de 78 anos. Em meio às ruínas de Cococi, a fé e a memória nunca foram abaladas. ”Quando a gente vem, a gente fica com a satisfação de uma missão cumprida né", relembra a dona de casa Maria de Jesus.
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