segunda-feira, 20 de julho de 2015

Cococi

Igreja de Nossa Senhora da Conceição - Cococi - 2011
foto: Thiago dos Passos

Cococi, distrito do Município de Parambu, sertões dos Inhamuns cearenses. A pequena cidade foi até 20 anos atrás sede do Município com Posto Fiscal, Prefeitura, Matriz, Escola e Hotel. Hoje, quase vazia de gentes, permanece em sua arquitetura. Povoado fantasma, museu vivo de épocas memoráveis, está localizado em terreno de Eládio Feitosa, herdeiro mais rico do famoso clã dos Inhamuns, que conserva a antiga vila como relíquia. Fundada no início do século XVIII, por Francisco Alves Feitosa o primeiro coronel da família, Cococi transformou-se no reduto maior, marco principal, do Império dos Feitosas, a mais poderosa oligarquia da história da colonização cearense. Sua capela, mandada construir pelo coronel fundador da vila, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, data de 1740, encontra-se até hoje perfeitamente conservada, na harmonia singela de sua arquitetura neoclássica. Os enormes casarões que formam a larga e única rua da pequena vila, pertencentes aos diversos ramos da família, guardam a memória dos dramas e feitos daqueles que ao longo dos séculos dominariam os sertões quase selvagens dos Inhamuns. Episódios heróicos e tenebrosos da luta pela conquista da terra, gado e gente, façanhas dos capitães-mores, exterminando índios, escravizando negros e domesticando mestiços.
 fonte:O Ceará nos anos 90: Censo Cultural. Fortaleza, 1992. Pag. 256.


Várias emissoras de tv e jornais, estaduais e nacionais, visitam frequentemente Cococi para fazerem reportagem sobre sua história. Um dos mais recentes vídeos (que podemos assistir acima), foi gravado pelo projeto brasileiro “Mandacaru”, “Saímos do Rio de Janeiro, bairro de Copacabana, em um fusca de ano 1994, com destino o sertão do Ceará”, dizem os idealizadores.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

O dia em que Cococi,distrito de Parambu, passou no jornal nacional na rede globo

20/12/06 - 22h11 - Atualizado em 20/12/06 - 22h18

A Cidade Museu de Cococi




No sertão do Ceará, existe um lugar que intriga quem passa por perto. Por que, à primeira vista, parece uma cidade-fantasma. Mas os repórteres Alessandro Torres e Fabiano Moreira visitaram o lugar e conheceram a história surpreendente desse lugarzinho chamado Cococi.
Onde nem a vegetação resiste ao clima seco, uma cidade foi erguida. Hoje as ruínas de Cococi contam a história da ocupação dos Inhamuns no Ceará. No século XVIII este foi o lugar onde se estabeleceu uma rica família vinda da bacia do rio São Francisco. "Os Feitosa, quando vieram para cá, não vieram como aventureiros; nem vinham como os bandeirantes atrás de ouro, de fortuna não. Eles vieram para se estabelecer", conta a presidenta da Fundação Bernardo Feitosa, Maria Dolores Feitosa Dolores é viúva de um dos Feitosa e cuida do museu onde estão reunidas relíquias da fortuna da família. Nos anos 50, Cococi passou de distrito a município, mas, a administração da cidade causou divergências políticas.
Durante a gestão do terceiro prefeito Cococi perdeu o título de município. Revoltada com a decisão do governo a família Feitosa decidiu deixar a cidade que acabou se tornando economicamente inviável. Mas, apesar do aspecto de abandono, o lugar não está esquecido. Três casas ainda têm moradores. Nove pessoas vivem lá sem água e sem energia elétrica. A casa mais imponente, hoje, abriga só os morcegos, mas, uma construção resiste ao tempo. "Fico conformada porque não derrubaram a igreja. E não derruba não", diz Felizmina Feitosa, de 84 anos. Uma vez por ano a igreja é ponto de encontro dos antigos moradores e descendentes que chegam para celebrar a padroeira. E voltam ao passado. "Bem aqui, era um posto fiscal. Eu vinha lá do Canaã e dava aula aqui. Tinha bodega, tinha loja, tudo tinha aqui né", lembra Maria José Lopes da Conceição, de 78 anos. Em meio às ruínas de Cococi, a fé e a memória nunca foram abaladas. ”Quando a gente vem, a gente fica com a satisfação de uma missão cumprida né", relembra a dona de casa Maria de Jesus.
Leia a repotágem clicando aqui

Curiosidades sobre Parambu

Primeiros agricultores:
Antonio Batista, Alexandre Delfino, Jacinto Batista, Francisco Carro, Antonio Roque e outros.
Primeiros proprietários de terra:
Enéas de Castro, Cícero Bernardes, Antonio Henrique, Daniel Teixeira, José Torquato, Manoel Teixeira, Sebastião Quintino e outros.
Primeiros latifundiários:
Francisco Gonçalves Lima (Chico Vargem) e Marçal Alexandrino.
Primeiros Farmacêuticos:
Joaquim de Freitas e Ismael.
Primeiros Médicos:
Dr. Luiz Nunes e Dr. Mário.
Primeiros Professores:
Aldira Cidrão, Alaide Teixeira, Dondozinha Feitosa, Esmaeraldina Matos, Tonica Bernardes, Malvina Pedrosa...
Primeiras diretoras:
Ertildos Cordeiro, Gizelda Pinheiro, Malvina Pedroza, Dona Florzinha ...
Primeiro coletor:
José de Araújo Feitosa (Cazuzinha).
Primeiros Soldados:
Manoel Amargoso, Abreu e Brito.
Em 1951 pousou o primeiro avião, assustando os moradores. O pouso foi na extrema de Zé do Paiva com o Pastor Mozar visitando a igreja. E em 1959 pousou o primeiro na pista de Mereijos.
O Primeiro carro que andou em Parambu, foi um caminhão a lenha do padre.
Primeiro Carpinteiro:
João Leitão
Primeiro vendedor de cachaça:
Antonio Gualter
Primeiro bar:
Odilon Vieira Gomes em 1951.
A primeira Geladeira pertencia ao Sr. Duca Paraibano, que também comprou o primeiro amplificador e montou um sistema de auto-falante em 1951.
O primeiro rádio pertenceu ao prefeito na época Sr. Elison Moreira Lima.
Primeiro barbeiro:
Antonio Costa
Primeiro chapeados:
Anízio Caracas, Chico Candido.
Primeiro ferreiro:
Alfredo Petronilo de Freitas
Primeiro sistema telefônico:
Um monocanal inaugurado em 10 de abril de 1966 que foi desativada quando chegou a Parambu um sistema um pouco mais aperfeiçoado em 9 de março de 1979.
Primeiro Padeiro:
Em 1943, Manoel Andrelino da Costa.
Primeiro Celeiro:
 Antonio Rodrigues Campos em 1966
Primeiro Pedreiro:
Cícero Lobo, Cícero Tão e Valdemar Chavier.
Primeiro Taxista:
Henrique Paca em 1962.
Primeira empresa de ônibus:
De Parambu a Fortaleza, Empresa Salgado em 1968, vendida a empresa Horizonte em 1969 a empresa Redenção.
Primeiro clube de diversão:
Clube da Juventude onde hoje funciona o sindicato. Passando depois a Cabana Cicana a funcionar em junho de 1975.
Primeiro banco:
BEC
Primeiro Vigilante:
Adalberto e Edísio Vicente dos Santos.
Primeiro Deputado:
Joaquim Noronha Mota

Lista de ex-prefeitos de Parambu e seus vices-prefeitos

Foram prefeitos de Parambu:

1-Francisco Alves Teixeira (Sr. Chico Leandro)– Sem vice-prefeito 
2-Elison Moreira Lima – Emiliano Feitosa Ferro
3-José Carvalho Pinheiro – Nelson Zacarias de Noronha
4-Francisco Alves Teixeira (Sr. Chico Leandro) – Francisco Assis Noronha
5-José Alves Noronha (Zequinha Noronha) – Francisco Francois da Silva
6-Francisco Alves Teixeira (Sr. Chico Leandro) – José Ferreira Mota
7-Luiz Alves Noronha – Francisco Alves de Sousa
8-Francisco Alves Teixeira (Sr. Chico Leandro) – José Noronha Sobrinho
9-Francisco José Ferreira Noronha – Francisco de Assis Noronha
10-Marcelo Ferreira Moreira - João Maria Soares Lemos
11-Maria Milene Freitas - Carlos Alberto Alves Torquato (Dr. Carlos).
12-Manuel Gomes Neto (Nel Noronha) – Genecias Mateus Noronha
13-Genecias Mateus Noronha – Antonio Edson de Noronha
14-Genecias Mateus Noronha – Keylly Mateus Noronha
15-Keylly Mateus Noronha - João Rabelo da Silva
16-Raimundo Noronha Filho - Luiz Alves Noronha Junior

Origem de Parambu

A fazenda cachoeirinha, onde foi construída a cidade de Parambu, era propriedade do Sr. Manoel de Sousa Vale e sua esposa Leonarda Bezerra Vale, sogros de Enéas de Castro Feitosa do seu primeiro matrimônio com Maria Madalena de Sousa Vale, que fixou sua residência na sede da fazenda e doou 6,4 hectares de terras e edificou uma capela para São Pedro.
Com um aglomerado de residências, começou a se formar uma vila.
A vila pertencia politicamente a administração de Tauá. Fazendo parte do Distrito de Marrecas. No dia 2 de agosto de 1929, através da lei estadual nº2677, foi escolhido sede do Distrito e denominou-se São Pedro da Cachoeirinha.
No dia 28 de março de 1936 nas eleições municipais de Tauá, elegeu-se o Sr. José Noronha de Meneses vereador pelo Distrito.
O decreto nº 448 de 30 de dezembro de 1943 simplificou o nome sendo apenas cachoeirinha e posteriormente denominou-se Parambu.
Em 1946 elegeu-se vereador pelo Distrito Parambu o Sr. Nelson Zacarias Noronha sendo reeleito em 50 e 54. Na eleição de 54 elegeram-se vereadores: Inácio Ferrer Feitosa, José de Araújo Feitosa, José Permino Noronha, Nelson Zacarias de Noronha e Odilom Vieira Gomes.
Em 1954 iniciaram a campanha para emancipação política do Distrito.
O município de Tauá criou as subprefeituras e Parambu teve os subprefeitos: Antonio Adil Nóbrega da Veiga, Joaquim Augusto Bezerra, José Noronha Menezes, Cazé Noronha, Baiardo Moreira, Joaquim Carlos, Padre Argemiro Rolim de Oliveira e Joaquim Solano Feitosa.
No dia 28 de fevereiro de 1954 aconteceu o plebiscito que teve 904 votos a favor e 1 contra e assim, Parambu passou a categoria de município, ficando o nome Parambu ( de origem indígena, pequena cachoeira).
Parambu foi criado pela lei Nº 3338 de 15 de setembro de 1956 e instalado simbolicamente em 22 de outubro de 1956, onde o governador Paulo Sarasati nomeou o prefeito interino, o Sr. Joaquim Solano Feitosa que renunciando, o Padre Argemiro Rolim de Oliveira assumiu a prefeitura.

No dia 4 de agosto de 1957 foi o município instalado oficialmente e realizadas as primeiras eleições municipais, tendo sido eleito o Sr. Francisco Alves Teixeira primeiro prefeito municipal, sem vice-prefeito.

Primeiro prefeito e os primeiros vereadores

Primeiro Prefeito
  • Sr. Francisco Alves Teixeira

Primeiros vereadores de Parambu

  • Antonio da Costa Leitão Neto
  • Francisco Carlos da Silva
  • Francisco de Sousa Neto 
  • Laudemiro Torquato Ferreira Lima 
  • Luiz Teixeira Noronha
  • Manuel Bezerra de Farias 
  • Plínio Alves Feitosa

A fazenda cachoeirinha

Algumas fazendas de criação de gado tornaram-se lugares de muita importância social para as pessoas que moravam em seus arredores.
O município de Parambu tem sua origem na fazenda cachoeirinha, do Sr. Enéas de castro Feitosa e sua esposa Maria Madalena de Sousa Vale.
Este fazendeiro era devoto de São Pedro, e por ser muito religioso, fez doação de 6,4 hectares de terra de sua fazenda para a igreja e construiu uma pequena capela em homenagem a esse santo.
Uma fazenda de criação de gado do tipo da do Sr. Enéas, possuía grande dimensão de terra e agregava muitas famílias de moradores e vaqueiros, além de pessoas de outras localidades que vinha se estabelecer nas terras da fazenda, também na condição de moradores e agregados.
O crescimento da fazenda de criar do Sr. Enéas de Castro deu origem à sede do distrito de São Pedro de Cachoeirinha em 1929.
O distrito de São Pedro de Cachoeirinha permaneceu por muito tempo apenas como povoado, com poucos habitantes e algumas casas.
Parambu é uma palavra de origem indígena que significa cachoeira pequena.
O primeiro prefeito de Parambu foi eleito em 1957. Naquele tempo só podia votar os maiores de 18 anos que sabiam ler e escrever. Portanto os analfabetos não tinha o direito a chamada cidadania política, isto é votar.